O rap/Hip Hop e a sua influência na formação crítica dentro e fora da escola

Resumo

Resumo XII

Este ensaio busca trazer à reflexão quanto ao uso da música como ferramenta pedagógica, em especial, o hip hop. Desafio dizer que a temática do pensamento crítico por meio da arte poética apresentou-se pioneiro na disciplina de Língua Portuguesa – Conteúdo e Método da graduação em Pedagogia da Universidade Federal Fluminense – UFF por meio da docente Janiara de Lima Medeiros, em que por meio de diferentes textos narrativos e estilos musicais trouxe a questão do dissertar crítico aos momentos culturais extra classe.

Do exposto, é possível deixar como sugestão aos gestores dos currículos da graduação em Pedagogia UFFianos para que seja pensada esta perspectiva didático-cultural abarcando as salas de aula a partir de análises, inclusive, das políticas públicas educacionais. Especificamente a este estudo, objetiva-se investigar o gênero musical RAP/HIP HOP como expressão e voz entre os jovens nos dias atuai, cuja forma de pensar tem representado muito da formação do sujeito político no mundo. Ao analisar as letras das músicas, a expressão de indignação diante da realidade social marca este grupo seleto cujo trabalho deve desmistificar sua marginalização ao reconhecer sua história de luta e de resistência em resposta a relação de dominação a que é submetida a classe trabalhadora brasileira. De acordo com Medeiros (2021, p. 36), o indivíduo cuja formação crítica proveniente da consciência da realidade social é um sujeito livre e autônomo, capazes de enfrentar “as relações de dominação características da sociedade do capital” o que pode se dar por meio de diversas formas, como por exemplo, através da música como expressão da cultura popular. Considerando que as políticas públicas educacionais de reparo ao
preconceito são recentes, ainda é necessário pensar nas diversas perspectivas de uma educação popular, que trabalhe de forma interdisciplinar as políticas de antirracismo e que aborde as diversas comunidades existentes no Brasil. Materiais e métodos utilizados na pesquisa: Esta pesquisa foi motivada por meio da observação e identificação quanto a importância do letramento na perspectiva formação humana integral, para a vida cujo princípio educativo do trabalho direciona à educação emancipatória (Medeiros, 2019).

Muitas reflexões foram despertadas a partir das participações nas aulas da disciplina de “Língua Portuguesa – Conteúdo e Método”, ministradas pela docente Janiara de Lima Medeiros22, ofertada no Programa de graduação, da Universidade Federal Fluminense – UFF, no Instituto de Educação de Angra dos Reis – IEAR, no primeiro semestre do ano de 2023 para graduandos em Pedagogia. Por meio dos estudos oferecidos na disciplina dirigidos pela docente, foi estimulada a reflexão quanto a leitura do mundo antecedendo a leitura dos signos linguísticos sejam verbais ou não verbais, gêneros do discurso e, de forma interdisciplinar com a Língua Portuguesa, articulou-se os conhecimentos às experiências de cada discente. Para efeito de investigação, foi analisada a Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996) ao incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”.

Resultados da pesquisa: As pesquisas documentais iniciais apontaram que a legislação em vigor ratifica a força dos movimentos sociais, em especial do Movimento Negro, o que é, sem sombra de dúvidas, uma conquista desses atores sociais. Já no primeiro parágrafo da Lei nº 10.639/03, é deixado claro que o conteúdo programático deve incluir a luta dos negros no Brasil, bem como a sua cultura e formação da sociedade nacional a fim de resgatar “a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil”. Corrobora-se com Freire quando diz que “Entendo a educação popular como o esforço de mobilização, organização e capacitação das classes populares; capacitação científica e técnica […]” (1993, p. 19). Assim, a educação popular, a análise de trechos de músicas do hap/ hip hop, trazendo como referenciais artistas que vieram das periferias, de religiões de matriz africana e indígenas dão base à pesquisa para o entendimento das críticas feitas à educação, aos professores e quanto ao sentimento de pertencimento e acolhimento que devemos pensar para os alunos. E complementa “Há estreita relação entre escola e vida política” (Freire, 1993, p. 19). Considerações finais:
O rap/hip hop como forma de expressão e voz no cotidiano chama atenção a pensar na formação do sujeito político no mundo. Observando trechos de músicas, percebe-se a indignação quanto a realidade dentro e fora das comunidades. Desmistificar a marginalização do rap é mais do que pensar a musicalidade, mas compreender que há um reconhecimento, há uma história de luta e resistência que precisa ser respeitada. Embora haja política em favor desta cultura popular, é possível perceber que ainda é necessário pensar nas diversas perspectivas da cultura dentro das escolas em que, na perspectiva de currículo, trabalhe a temática de forma interdisciplinar. Neste sentido, reconhece-se que este assunto deve ser tratado minuciosamente no processo de formação docente inicial e continuado, orientando os educadores para a conscientização e práticas pedagógicas tenham base nos fundamentos e nos princípios do conteúdo afro-brasileiro e africano. As palavras-chave que se fazem presentes nesta pesquisa abordam História do Brasil. Cultura brasileira. Formação docente. Currículo. Relações Étnico-Raciais. Agradecimentos:
Agradeço à docente Janiara de Lima Medeiros pelo incentivo à leitura, à produção textual crítica a partir dos conteúdos curriculares e métodos de ensino-aprendizagem testados na disciplina de Língua Portuguesa – Conteúdo e Método em que foi aberto espaço para construção de debates, reflexões e construção de novas formas de pensar. Também agradeço aos colegas de estudo, graduandos de Pedagogia da Universidade Federal Fluminense – UFF, estudantes do Instituto de Educação de Angra dos Reis – IEAR, que contribuíram para que esta rica atividade ocorrida ao longo do primeiro semestre de 2023 fosse concretizada e repercutisse em objeto de pesquisa para fins de Trabalho de Conclusão de Curso sob a orientação do professor William de Goes Ribeiro. Destaco a feliz participação no Grupo de Pesquisa em Educação e Cultura – GPECult, associado a Universidade Federal Fluminense cujos debates acerca de temas como Multiculturalismo, Inclusão, Diferença, Currículo, Base Nacional Comum Curricular – BNCC, Teoria do Discurso, Cultura – fronteira de produção de sentido, Identidade-relação, Teoria do discurso, Direito à opacidade, Metodologias pós-qualitativas, entre outros debates, contribuem significativamente para a desordem e organização do meu pensamento a fim de articular reflexões em prol do desenvolvimento da minha aprendizagem. Associação dos grupos de pesquisa e dos gêneros hip hop e rap enquanto, ambos, influenciadores
sócio-educacionais: ao passo em que chegamos ao assunto ‘grupo de pesquisa’, cumpre ratificar a importância deste trabalho debruçada em permanente investigação, reconhecida como a parte mais importante do sistema científico nas diversas sociedades vigentes são, inclusive, sensíveis em razão das questões histórico-culturais pelas quais as mudanças e possíveis contradições de origens política e acadêmica possam impactar.

Neste sentido, são reconhecidos os conhecimentos técnico, teórico e procedimental pelos quais os pesquisadores-educadores necessitam configurar a fim de manter socializada e atualizada a evolução das conquistas de informações compartilhadas e, portanto, da aprendizagem coletiva. Tal aprendizagem coletiva a que comparo ao objeto desta pesquisa, o Hip hop e o Rap enquanto protagonistas e influenciadores à formação crítica em quaisquer espaços educacionais, cujos quais, similarmente às comunidades de pesquisa, devem manter a prática da análise e denuncismo das realidades da sociedade que impõe à margem os diferentes agindo com ausência de equidade. 

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