Currículo e diferença: a didatização dos Adinkra e a semiofagia Awaeté. Publicação: 2024

Resumo:

Este texto tem como escopo discutir currículo e a irrupção da diferença em uma perspectiva pós-estruturalista. Para tanto, se articula teoricamente ao evocar a análise de dois casos que põem em relevo os argumentos da pesquisa. Com isso, a linguagem não representa uma realidade dada, todavia a constitui. A simbologia Adinkra tem sido um recurso para trazer o continente africano para o universo do ensino no Brasil. No entanto, a despeito das iniciativas, é preciso reconhecer o caráter precoce e limitador para o diálogo com tal simbologia. Ademais, o uso pragmático que dicotomiza o multicultural de conhecimentos universais, demonstra um problema de ordem conceitual e um discurso que mantém a hierarquização entre as áreas envolvidas. A cultura e sua rede simbólica são enunciadas nas vivências coletivas de um povo ou comunidade, como contemplamos, em nosso segundo caso, entre os Awaeté (também conhecidos por Parakanã), na Amazônia Oriental. O oikos simbólico dos Awaeté, assim como de outros coletivos ameríndios, é marcado pela predação simbólica de signos e subjetividades outras, humanas e não-humanas; como tal performatividade enuncia uma forma outra de apropriação e economia simbólica, que nos permita potencializar nos currículos semióticas outras irradiadas pela diferença?

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