Resumo:
A partir da experiência e de estudos no campo da cultura e da educação, com o enfoque pós-estrutural e pós-colonial, bem como pós-fundacional, esta proposta se propõe a argumentar que a desconstrução não é o final de uma cultura, não é a sua destruição; mas é a sua possibilidade de seguir viva. Nenhuma cultura é pura ou estanque, mas em curso pelas práticas de significação, a partir das quais há sempre uma possibilidade de abertura de sentidos. Sendo assim, sua objetificação não deixa de ser sua morte; já que o uso social, cultural e político independe, em algum nível, das formas de enclausuramento acadêmico. Rompendo com pensamentos de pureza, este texto destaca então inúmeras maneiras de articulação que provocam mudanças na cultura Hip Hop. Em vez de uma busca por origem ou autenticidade, aconselha os estudiosos a observar as articulações em jogo em cada contexto, percebendo-as não como dados a priori; tal como os sujeitos, o que chamamos de cenários contextuais não preexistem às demandas, mas são parte do sistema de produção de sentido. O texto quer enfatizar ainda as distintas formas de agenciamento que indígenas mobilizam a partir da cena Hip Hop.